Ecoturismo na Prática
O que é o Ecoturismo:
O termo “ecoturismo” começou a ser utilizado no início da década de 1980, porém era conceituado como atividade em que o turista também é responsável pelo ambiente e pela sociedade que visita. Atualmente, segundo o Ministério do Meio Ambiente, o turismo ecológico é: “o segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista por meio da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações”. Ou seja, é também, o respeito e a responsabilidade com a biodiversidade encontrada na região visitada e com o patrimônio natural e cultural existentes.
Atualmente, o ecoturismo (em sua conceituação mais ampla) é o segmento turístico que mais cresce no mundo. Este crescimento está relacionado ao aumento da consciência ambiental da sociedade, principalmente, a partir das últimas décadas do século XX, quando os turistas passaram a se relacionar de forma diferente com o local visitado, buscando ambientes naturais conservados e um maior envolvimento com as comunidades locais
A definição do Ecoturismo gira em torno de três conceitos básicos:
Desenvolvimento Sustentável;
Educação Ambiental;
Envolvimento das Comunidades Locais.
Sendo assim, engloba a preservação da biodiversidade e dos “habitats” naturais; a conservação do contexto natural, cultural e construído; o esclarecimento sobre o uso ilegal dos recursos naturais, bem como sobre o abuso na sua exploração; e a integração das áreas naturais protegidas, com os objetivos de conservação nos planos e programas de desenvolvimento locais e regionais.
Imagem: acervo da empresa sobre o projeto de Ibitipoca
Gestão do Ecoturismo:
Para o desenvolvimento do Turismo Ecológico é necessário planejamento em relação a aspectos importantes, referentes à preservação das áreas naturais, o desenvolvimento e a aplicação de modelos de planejamento e gestão das localidades, de controle de visitação, de capacidade de carga e de construção de instalações que minimizem o impacto ambiental. Para isso deve haver:
• Inclusão dos aspectos da biodiversidade nos planos de uso de território;
• Participação de redes de trabalho em áreas protegidas, com o objetivo de trocar experiências e conhecimentos sobre a gestão de recursos naturais e do turismo;
• Práticas de reflorestamento, conservação do solo, reabilitação de áreas naturais, “habitats” e espécies animais afetadas;
• Controle e/ou erradicação de espécies estranhas ao ambiente; 3279001 miolo.indd 30 8/26/10 10:30 AM 5. PLANEJAMENTO E GESTÃO DO ECOTURISMO 31
• Programas de pesquisa sobre flora, fauna e “habitats”;
• Utilização de novas tecnologias e técnicas na gestão de áreas naturais;
• Diversificação da oferta de ecoturismo, por meio da criação de roteiros e programas que incluam aspectos da cultura e do modo de vida no campo, com o objetivo de aliviar o impacto nas áreas frágeis e de maior visitação;
• Garantia de que o ensino de práticas ambientais e de conservação para a equipe de trabalho em áreas protegidas seja estendido às comunidades.
Imagem: acervo da empresa sobre o projeto de Goianá
Ecoturismo e Educação Ambiental:
É indiscutível que o ecoturismo ajuda a despertar a consciência ecológica, tão importante para o mundo atualmente. Ver, vivenciar e se integrar ao meio ambiente tem função fundamental na disseminação do conhecimento sobre preservação e conservação da natureza. Sendo também uma importante ferramenta pedagógica na Educação para o Desenvolvimento Sustentável.
É sempre importante lembrar, que para a compreensão ampla do conceito de sustentabilidade é necessário analisá-lo sob seus diversos campos de atuação – ambiental, econômico, cultural, político nacional, político internacional, territorial ou espacial, social e ecológico – conceituados por Sachs (2000) como critérios que se inter-relacionam. Portanto, atividade ecoturística necessita da integração desses critérios a um componente educativo, responsável por nortear as práticas e garantir efetivamente a adoção de uma postura sustentável.
O turismo ecológico se enquadra em uma Educação Ambiental Informal, sendo compreendida como “[...] as ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente”, sendo “[...] exercida em outros e variados espaços da vida social, com metodologias, componentes e formas de ação diferentes da formal [...]”, segundo Leonardi (1999, p. 397).
A partir disso, para desenvolver esse processo educativo, há modalidades de Educação Ambiental, que podem ser aplicadas no Ecoturismo:
Aprendizado Sequencial: Desenvolvido por Cornell (1997, p. 17), esse conjunto de princípios é composto de quatro estágios: o despertar do entusiasmo; o concentrar a atenção; o dirigir a experiência; e o compartilhar a inspiração. Sendo que os estágios fluem de um para o outro, suave e naturalmente, fazendo com que o indivíduo passe pelos diferentes estágios e alcance estruturas mentais proporcionadas pelas experiências diretas e profundas com a natureza. Mendonça (2000) completa que, para experienciar a natureza, necessita-se ampliar as capacidades de percepção.
Interpretação ambiental: É entendida por Murta e Goodey (2003, p. 13) como “[...] o processo de acrescentar valor à experiência do visitante, por meio do fornecimento de informações e representações que realcem a história e as características culturais e ambientais de um lugar”. Sendo então, evidenciado que no ecoturismo as trilhas interpretativas, guiadas ou autoguiadas, figuram comumente como estratégias para transformar as caminhadas em oportunidades de educação, com o intuito de desenvolver novas percepções nos visitantes, proporcionando-os explicações sobre as inter-relações sociais e naturais, traduzindo suas características e relacionando lazer com educação.
Educação experiencial: Segundo a Outward Bound Brasil – OBB (2005) a metodologia experiencial é utilizada como principal ferramenta de desenvolvimento humano por visar essencialmente a promoção de uma experiência a um indivíduo e posteriormente o auxílio à reflexão desta experiência, já que a condução ao aprendizado depende também da reflexão transformadora.
Imagem: acervo da empresa sobre o projeto de Ibitipoca
Experiências Práticas da Biociclos Jr.:
Ecoturismo em Ibitipoca:
A primeira experiência da Biociclos com o Turismo Ecológico ocorreu na Serra do Ibitipoca com a Empresa Júnior IRumos. A região se localiza nos municípios de Lima Duarte e Santa Rita do Ibitipoca e a Serra está inserida nos domínios geomorfológicos da Serra da Mantiqueira e Planalto de Andrelândia.
Apesar dos grandes interesses na região desde 1715 e da instituição do Parque em 1973, o tombamento estadual da Serra do Ibitipoca e sua declaração como monumento natural só foram instituídos em 1989.
Para trabalharmos o Ecoturismo é sempre de extrema importância sabermos o histórico da região, seu comércio e comunidades locais, assim como: questões físicas (solo, água, relevo, etc) e climáticas. Não se esquecendo das espécies nativas da região, seja a fauna ou a flora. Ao optarem pelo Turismo Ecológico, as pessoas estarão buscando se conectar com a região e seus componentes, descobrir novas aventuras e belezas naturais e principalmente, aprender!
Ibitipoca foi uma grande experiência e conseguimos aprender muitas coisas com o grupo que ajudamos!
Mas você acha que as informações somente começam ao chegar no local? Não!
É sempre importante lembrar da necessidade de especificações anteriores sobre a região: Se apresenta trilhas, quais são? Qual a idade recomendada? Qual o tempo de duração e quilometragem? É recomendado para todas as idades? Quais são os itens necessários para serem levados? O que não pode ser esquecido?
Imagem: acervo da empresa sobre o projeto de Ibitipoca
Trilha Interpretativa- Goianá:
Em parceria com a Prefeitura de Goianá-MG a Biociclos participou da elaboração de um trilha interpretativa em uma área de proteção ambiental do município. A ideia foi incentivar o ecoturismo na região que tem grande potencial para essa prática, uma vez que tem uma área de Mata Atlântica muito bem preservada com fauna e flora abundantes.
A biociclos coletou e identificou algumas espécies de árvores que os turistas passam por elas ao decorrer das trilhas e elaboramos placas com algumas informações sobre a espécie em questão, com o intuito de despertar a curiosidade dos caminhantes e aumentar o seu conhecimento sobre a flora local, criando assim uma cultura de: Conhecer para Preservar.
Outros biólogos também fizeram a caracterização da fauna local, o que desperta ainda mais o interesse de visitação ao local, que além de ter grande importância ambiental, carrega também um valor histórico.
Imagem: acervo da empresa sobre o projeto de Goianá
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